Em mais um dia monótono da minha vida enquanto voltava do técnico resolvi comprar um sorvete, visto que meu ônibus só chegaria em 20 minutos e eu não tinha nada melhor pra fazer. Sentei-me em uma cadeira e enquanto saboreava o que talvez seria minha comida favorita comecei a observar o comportamento das pessoas que estavam a minha volta.
Era uma noite de sexta-feira, por volta das 23 horas, a temperatura era de agradáveis 17 graus. O que eu via eram vários grupos de jovens com suas melhores roupas voltando de bebedeiras por ai. Alguns deles passavam mal dentro do terminal de ônibus, mal conseguindo andar. Aquela cena era tão recorrente que não me soava nova.
Resolvi então me focar no sorvete. Me sentia levemente melancólica naquela noite, do contrário eu não teria comprado um sorvete, sempre uso esse tipo de coisa como uma frustrada tentativa de melhorar meu humor em meio ao meu cotidiano caótico. Me perguntava qual era a razão para tanta tristeza repentina.
Em menos de uma fração de segundo me veio que a resposta pra tudo isso vinha das minhas incertezas. Já não sabia mais quem era, o que deveria fazer, porque estava ali e por que diabos tudo aquilo tinha de acontecer daquela forma. Na verdade ainda estou com as mesmas dúvidas, porém prefiro ignorar.
Não amo, não vivo, não tenho motivo de felicidade e vivo no meio do caos. Já estou me acostumando com isso, mas sei que uma hora ou outra, de repente ficarei furiosa e irei explodir, largando tudo isso e começando tudo de novo. Talvez isso leve mais ou menos tempo do que leva um sorvete para derreter, ou para alguém alcoolizado e fora de seu equilíbrio comum cair. Ou até mesmo para o ônibus chegar naquela fria noite de sexta-feira gasta só, imersa nos seus próprios pensamentos.
domingo, 19 de maio de 2013
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Mais uma das minhas filosofias de "cabeça cheia"
Já dou um prévio aviso ao leitor que ando meio egoísta nos últimos dias e que essa reflexão toda será extremamente pessoal e focada em mim mesma.Nunca pensei que já nos meus 16 anos reclamaria de não poder fazer as coisas que quero por falta de tempo, pensei que talvez isso fosse problema para os meus 20, 25 anos talvez, mas cá estou eu repetindo incansavelmente "me falta tempo".
O pior de tudo é que quando eu finalmente tenho descanso sinto falta dessa rotina caótica que quase me mata todos os dias. Acho que o mundo tem exigido demais das pessoas, cada vez mais cedo você tem que saber o que quer ser, o que vai fazer e não pode cair na tentação de viver como mais um ser inútil nesse mundo. Te cobram produção, seja industrial, mental, intelectual, manual e etc.. Você sempre tem que dar alguma coisa, mostrar que produz algo, mostrar que não veio ao mundo só para ocupar espaço, mesmo quando na verdade essa é a sua função, trabalhando ou não, estudando ou não.
Sei que isso acabará por se tornar um texto maçante e longo demais mas ando com a cabeça reflexiva demais, acho que devo culpar o senhor Oscar Wilde por isso. Tenho me refugiado nos livros para a minha cabeça não explodir e confesso que estava sentindo falta de livros bons. Chego a conclusão de que livros são um dos melhores meios de se obter conhecimento, pelo simples fato de exprimirem muitos fatos ou ideias que as pessoas não diriam em voz alta ou não representariam visualmente por seus devidos motivos, não existe forma melhor de se entreter em meio ao caos do dia-a-dia.
E sobre essa minha fase esquisita de egoísmo que tem me amedrontado um pouco nos últimos tempos, digo que resolvi tirar esse começo de ano pra pensar no que é "melhor" para mim, e no fim das contas acabei dando uma olhada profunda no meu interior que tanto tentei ignorar, acabei entrando em um conflito pessoal um tanto quanto sério quando combinados aos meus conflitos externos. Mas nada que eu não aprenda a lidar, afinal de contas o ser humano tem uma natureza assombrosamente adaptável.
O pior de tudo é que quando eu finalmente tenho descanso sinto falta dessa rotina caótica que quase me mata todos os dias. Acho que o mundo tem exigido demais das pessoas, cada vez mais cedo você tem que saber o que quer ser, o que vai fazer e não pode cair na tentação de viver como mais um ser inútil nesse mundo. Te cobram produção, seja industrial, mental, intelectual, manual e etc.. Você sempre tem que dar alguma coisa, mostrar que produz algo, mostrar que não veio ao mundo só para ocupar espaço, mesmo quando na verdade essa é a sua função, trabalhando ou não, estudando ou não.
Sei que isso acabará por se tornar um texto maçante e longo demais mas ando com a cabeça reflexiva demais, acho que devo culpar o senhor Oscar Wilde por isso. Tenho me refugiado nos livros para a minha cabeça não explodir e confesso que estava sentindo falta de livros bons. Chego a conclusão de que livros são um dos melhores meios de se obter conhecimento, pelo simples fato de exprimirem muitos fatos ou ideias que as pessoas não diriam em voz alta ou não representariam visualmente por seus devidos motivos, não existe forma melhor de se entreter em meio ao caos do dia-a-dia.
E sobre essa minha fase esquisita de egoísmo que tem me amedrontado um pouco nos últimos tempos, digo que resolvi tirar esse começo de ano pra pensar no que é "melhor" para mim, e no fim das contas acabei dando uma olhada profunda no meu interior que tanto tentei ignorar, acabei entrando em um conflito pessoal um tanto quanto sério quando combinados aos meus conflitos externos. Mas nada que eu não aprenda a lidar, afinal de contas o ser humano tem uma natureza assombrosamente adaptável.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Coisas presas na cabeça
Por um simples acúmulo de ideias resolvi tirar a poeira disso aqui e voltar a escrever. Não será nada realmente concreto ou que faça muito sentido mas é só pra tirar um pouco de ideias da cabeça. Isso tudo soará como uma daquelas boas e velhas filosofias insones que tenho antes de dormir mas acho que é mais ou menos assim que a minha cabeça funciona com ideias demais. Depois dessa não-tão-breve introdução, começarei.
Ultimamente tenho andado fechada e reclusa, digerindo os acontecimentos do ano anterior e filosofando o que trazer para o próximo. Mas algo que tem me intrigado realmente nos últimos dias é um sentimento, se é que se deve chamar assim, acho que é uma bagunça que nossa mente faz para sair do tédio: O querer.
Pode ser algo concreto ou não. Pode ser o tipo de desejo direcionado a uma pessoa só, que quando mal controlado faz com que cada átomo do seu corpo arda com a urgência por uma pessoa só (frase de romance de banca de jornal, mas é o melhor que pude fazer pra ilustrar).
Mas existe também aquela urgência e necessidade louca de algo que não sabemos exatamente o que é, só sabemos que está ali, chata, insistente e que nos tira a paz de espírito.
Pois sendo de uma forma ou outra isso é algo que pretendo abolir de mim mesma, nunca me trouxe nada de bom, e não me daria ao luxo de perder a cabeça por algo numa época em que controle é mais do que necessário para não perder o foco das coisas. Sem mais distrações banais.
Ultimamente tenho andado fechada e reclusa, digerindo os acontecimentos do ano anterior e filosofando o que trazer para o próximo. Mas algo que tem me intrigado realmente nos últimos dias é um sentimento, se é que se deve chamar assim, acho que é uma bagunça que nossa mente faz para sair do tédio: O querer.
Pode ser algo concreto ou não. Pode ser o tipo de desejo direcionado a uma pessoa só, que quando mal controlado faz com que cada átomo do seu corpo arda com a urgência por uma pessoa só (frase de romance de banca de jornal, mas é o melhor que pude fazer pra ilustrar).
Mas existe também aquela urgência e necessidade louca de algo que não sabemos exatamente o que é, só sabemos que está ali, chata, insistente e que nos tira a paz de espírito.
Pois sendo de uma forma ou outra isso é algo que pretendo abolir de mim mesma, nunca me trouxe nada de bom, e não me daria ao luxo de perder a cabeça por algo numa época em que controle é mais do que necessário para não perder o foco das coisas. Sem mais distrações banais.
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